quem é mr darcy?

12:15


Jane Austen's Pride & Prejudice AND Charlotte Bronte's Jane Eyre. My two most beloved novels.

Por que, até hoje, mr. Darcy arranca suspiros das pessoas, até das mais céticas, quando leem 'Orgulho e Preconceito' de Jane Austen?
Particularmente, analiso a obra de forma sucinta. Começo pela crítica à aristocracia da época. A economia da família Bennet, depende, basicamente, do casamento de suas 5 filhas, que se vêem o tempo todo forçadas e encorajadas a arranjar um bom marido e que seja notoriamente rico (e no livro ou filme, podemos perceber o quão desconfortável isso é em vários momentos).
E bem, a aristocracia da época não se interessava por casamento com pobres, diga-se de passagem, como  a própria irmã de mr. Darcy reage ao conhecer a irmã de Lizzy e mesmo, Jane. É claro que toda essa imposição social pela beleza ou pelo dinheiro fazia com as pessoas se sentissem cada vez mais longe de uma relação verdadeira, impossível de conhecer o verdadeiro amor. Mas, nesse livro, Austen faz com que Jane tenha os dois. Falarei disso mais em breve.

A autora deixa clara a desigualdade da época, tanto social quanto de gênero e suas perspectivas são bem afloradas no livro. E mesmo hoje, podemos perceber que a forma com que Jane Austen escreve, faz com que nós, de outras épocas, nos interessemos e nos identifiquemos com o tema, com os personagens, com a trama...

Mr. Darcy aparece em um momento em que a Sra. Bennet já não tinha mais tantas expectativas para suas filhas mais velhas. Ele aparece junto a Sr. Bingley, que se encanta com a irmã mais velha de Lizzy, no baile em que promovem para a comunidade. Nesse momento, Lizzy se depara com Mr. Darcy: fechado, quieto, misterioso, atraente e inteligente. Nesse primeiro momento, Darcy é arrogante, que em primeira mão o torna desprezível para a moça e para quem lê ou assiste, mas ainda assim um ser curioso. Me perguntava, na época em que vi o filme, até que ponto ele seria interessante e não apenas mais um caso de um homem que se achava "bom demais". 

Mas, Elizabeth não surpreende-se fácil com a arrogância de Darcy. Após alguns flashes, os dois se aproximam e ele parece já não conseguir desvencilhar-se dela. Nesse momento, é importante que os leitores compreendam que há um conflito: o que a família dele diria dessa relação? Já que ele era comprometido com uma prima, também aristocrata?

Analiso com bons olhos, apesar de prezar pela sinceridade. Mr. Darcy, apesar das diferenças entre classes, deveria ter agido com clareza com Elizabeth. Não cometamos, aqui, anacronismo. Apesar de sempre me identificar com a obra (essa deve ter sido a intenção da autora), não consigo compreender porquê não agir com clareza. Hoje, as coisas teriam sido diferentes e provavelmente, Lizzy não teria sequer entrado mais em contato com Mr. Darcy.

Apesar dos apesares, com o tempo ele tentou transformar sua aparência de homem arrogante e reservado em uma pessoa de bom coração e disposta a compreender uma realidade que não é sua. Aprendeu a confiar em Elizabeth e demonstrar o que queria, admitindo que a amava e pedindo sua mão em casamento. Nesse momento, surge um novo homem (ou, como prefiro, o mesmo homem mostra seu lado bom): maduro, confiante, liberto de preconceitos.

Nesse ponto a trama torna-se muito conflituosa: Lizzy já havia negado pedidos de casamento, etc. Mas, aqui fica claro a intenção da autora com seu personagem: todos nós julgamos esse personagem no começo da trama, mas no final dela, nos surpreendemos como um personagem pode ter várias características diferentes daquela esperava no final. Enquanto outros personagens secundários buscam a riqueza, a beleza e outros supérfluos, ele não se preocupava com isso.Colocou a felicidade da mulher que amava em primeiro lugar e partindo daí, foi se reconstruindo. Um exemplo dessa reconstrução, foi sua autocrítica. Ao ouvir as críticas que Elizabeth fez a sua personalidade, ele ouviu e se auto julgou. 

Mr. Darcy é um homem do século 19. E de lá pra cá o mundo mudou, e muito. Devemos exigir muito mais que isso de nossos parceiros e nada menos. Mas é impossível que não suspiremos ou admiremos o personagem inglês mais conhecido dos romances mundiais. 








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5 comentários

  1. É interessante ler livros de época para ver todos esses paradigmas que aconteciam na época, como as desigualdades e diferenças entre homens e mulheres..

    http://www.vivendosentimentos.com.br

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    1. Também acho! Me peguei pensando nisso e resolvi expor aqui comparando com esse livro!

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  2. Nunca li o clássico, apenas vi o filme, está na minha wishlist. Compreendo aquilo que dizes porque a minha opinião em relação à história (através do filme) é semelhante =)

    MRS. MARGOT

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  3. Oi Andreza,
    gostei muito da análise que tu fez, e acho que até me ajudou a ver o personagem com outros olhos. O fato é que não gostei dele ao ler o livro, mas amo suas versões nas mais diversas adaptações. Lendo agora essa postagem passo a questionar se talvez o problema não tenha sido o fato de eu ter lido o livro ainda aos 13 anos, sendo meu primeiro clássico, e, portanto, sem ter a bagagem necessária para alcançar uma melhor compreensão da história e seus personagens.

    Att.,
    Eduarda Henker Queria Estar Lendo

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    1. Também não gostei muito dele, lendo e vendo o filme, acabei fazendo o que a maioria fez: julgando conforme o mundo que vivemos. Mas, pensei, li várias resenhas sobre o assunto e acabei escrevendo isso. Que bom que você gostou! Me visite sempre!
      Bjo.

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